16 de janeiro de 2013

Mais que uma princesa

Ninguém acreditava que Alice fosse capaz de alguma coisa além de encantar os homens com sua beleza. Ela tinha um rosto angelical, uma pele clara e macia como nuvens, seus cabelos loiros eram tão lisos que caiam sempre em seus olhos castanhos, e seu corpo perfeitamente esculpido fazia todas as curvas combinarem entre si. Os homens sempre que passavam por Alice se encantavam com a beleza moça, e depois de alguns minutos ao seu lado já se apaixonavam. As mulheres, mesmo que sentissem ciúmes a admiravam por conseguir enfeitiçar quem quer que fosse tão rapidamente.

Mas Alice se sentia vazia por dentro, como se faltasse alguma coisa para que ela fosse quem sempre sonhara, ela nunca desejou todos aqueles olhares. Sempre quisera ser professora, mas sua mãe a convencera de que com tamanha beleza pudesse fazer algo mais da vida, e o que seria exatamente “fazer algo mais da vida?”. Ela não sabia fazer nada além de ser bonita. Então um dia Alice percebeu o que faltara em sua vida: uma paixão. Não entre homem e mulher, porque isso ela poderia ter se quisesse, mas uma paixão exclusiva dela, um talento que talvez nunca fora descoberto. Alice descobriu que para ser feliz não bastava encantar a todos enquanto dentro de si mesma algo estava incompleto.

Ela finalmente criou coragem e começou a dar aulas particulares, e aquelas aulas a preencheram mais que milhões de festas em que já estivera. Alice encontrou prazer, e sua paixão pela vida se tornou mais um de seus encantos, o mais belo por sinal. Os homens não deixaram de amá-la, só que agora também a admiravam.

“Amo você de qualquer jeito- mesmo que não exista nenhum 
eu ou nenhum amor, ou mesmo nenhuma vida, amo você.”
Mulher para homem, por carta.


Um comentário:

  1. Que bonita expressão, Natália.

    O caminho nos oferece as cores básicas, o que já não é pouco, mas sempre podemos descobrir novas quando nos propomos a misturá-las com nossas atitudes.

    Uma ótima quinta pra você!

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