Capítulo 1 - Estoure a
bolha
Tenho vontade de fugir, mas não vou. É engraçado como as pessoas sempre
deduzem que se alguma coisa de ruim acontece você entrará em alguma espécie de
bolha e sufocar até a morte. Sim, a maioria realmente faz isso. Mas eu não
quero ser o tipo de gente que foge. Quero ter força pra encarar esses chatos problemas
e dizer a eles: “Eaí, quem é que manda
aqui?” Afinal, de que vale fugir já que tudo vai continuar onde está? Então
passada a lição “aprenda a enfrentar seus problemas”, decidi sair da minha
bolha sufocante e viver seja lá o que existia fora dela.
Minha história, eu sofri. Assim como todas as pessoas do mundo. A
diferença é que quando aconteceu comigo fiquei com tanto ódio que decidi me
isolar e gastar meu tempo pensando nas possíveis formas de vingança, e comecei
a torcer que o universo agisse, realizasse meu desejo e explodisse aquelas coisas
chatas. Já pensou se o universo realmente escutasse e realizasse cada pedido de
vingança das pessoas amarguradas? Te garanto que não estaríamos aqui agora. Mas
graças ao cosmo, ao amor próprio e ao senso de ridículo cansei de levar uma
vida medíocre de planos sempre falíveis. Não sei se você concorda comigo, mas
planejar uma vingança cansa, e muito. E só você que se preocupa com isso, o
restante das pessoas seguem a vida, trocam de bolhas, comem ovos mexidos no café
da manhã e arrumam ocupações.
Desculpa se não te contei o que aconteceu comigo, mas nem vou contar. O
que você precisa saber é que cansei da bolha. Enjoei dela a tal ponto que qualquer
coisa que fizesse com que me sentisse daquele jeito de novo, estourava antes
mesmo de virar uma pequena bolinha. Estava gastando muito esforço mental com
isso, e não gosto de usar meus pensamentos com coisas desnecessárias.
Isso tudo que falei pode ser lixo, ou não. Faz parte do “quem é que manda aqui”. Me sinto
cansada só em relembrar de como era dentro da bolha. Algumas pessoas desistem
das coisas na metade, e eu não quero ser assim também. Vou até o final com minha
história, te garanto. Mas depois, agora ainda não faria sentido continuar.
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